quinta-feira, 12 de abril de 2012

LIXO DO RIO DE JANEIRO EM PARACAMBI ??? ERA SÓ O QUE FALTAVA...CONFIRAM A MATÉRIA DO PORTAL G1 DA GLOBO.COM








Paracambi: área do atual Aterro
antes da Obra




foto: Márcia Marques 06/05/11 - CTR SEROPÉDICA



Visita técnica realizada por membros do Comitê Guandu
1 mês após início das operações de Seropédica



foto: Márcia Marques tirada 06/05/2011 - lagoa de chorume




Prefeitura do Rio promete para abril fim do aterro sanitário de Gramacho Depósito possui 60 milhões de toneladas de lixo acumuladas. Lixo vai para aterros em Seropédica, Nova Iguaçu e Paracambi.


10/04/2012 13h23 - Atualizado em 10/04/2012 15h24


FONTE:http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/rio-mais-limpo/noticia/2012/04/prefeitura-do-rio-promete-para-abril-fim-do-aterro-sanitario-de-gramacho.html 



  A prefeitura do Rio decidiu antecipar para abril o fim do aterro sanitário de Gramacho, na Baixada Fluminense. O fechamento gradativo do lixão começou em abril de 2011 e estava programado para terminar em junho deste ano. Com 1,3 milhão de metros quadrados, o depósito possui 60 milhões de toneladas de lixo acumuladas.

O RJTV lançou na segunda-feira (9) a campanha "Rio + limpo", que discute o impacto do lixo na cidade.
Segundo o prefeito Eduardo Paes, vai custar mais para o Rio de Janeiro dar um destino adequado ao seu lixo, mas que essa era uma dívida que o governo tinha com a cidade.
“A prefeitura do Rio comete o maior crime ambiental da Baía de Guanabara com o lixão de Gramacho. A gente veio dar solução para esse problema. Eu acho que o momento adequado é o de abril, às vésperas de nós mais uma vez recebermos uma conferência da ONU sobre o meio ambiente. O custo de poluir era R$ 100 milhões mais barato do que o custo de cuidar de maneira adequada do meio ambiente, mas é um custo que vale a pena a cidade pagar”, disse Paes.
A prefeitura promete seis centros de triagem até 2014. Os centros terão esteiras e os catadores passarão a atuar como separadores de lixo, aumentando a reciclagem de 1% para 5%.

Lixo do Rio vai para Seropédica
Com o fim do aterro sanitário de Gramacho, as 8,5 mil toneladas de lixo da cidade do Rio de Janeiro vão para a Central de Tratamento de Resíduos de Seropédica. O restante que vinha de outros municípios vai para a central de Nova Iguaçu e uma a ser inaugurada em Paracambi, todos também na Baixada Fluminense.                                                

A proposta inicial no caso do Rio era um terreno em Paciência, na Zona Oeste, que foi vetado pelo Ministério Público. O aterro de Seropédica garante tecnologia de ponta. No entanto, a Universidade Federal Rural do Rio (UFRRJ) tenta na Justiça impedir o funcionamento do lixão. O novo vizinho é visto como ameaça às pesquisas porque começou a operar sem um estudo de impacto ambiental.
O economista ambiental Cícero Pimenteira, da UFRRJ, não considera o aterro o melhor destino para o lixo. “As tecnologias mais utilizadas atualmente no mundo, que estão em pronto-uso, como por exemplo a incineração de lixo, reduz para cerca de 10% do volume o lixo a partir da incineração, e ainda tem a vantagem de gerar energia elétrica com a incineração”, disse.
“No Brasil não há nenhum incinerador de porte que converta o lixo em energia. Por que? Porque o lixão custa R$ 5 para o prefeito, um aterro sanitário, a tonelada de lixo custa R$ 50 ou R$ 60, e a incineração hoje custa R$ 130 a tonelada”, disse o secretário estadual de Meio Ambiente, Carlos Minc.
O aterro de Seropédica ganha da Comlurb R$ 38 por tonelada de lixo. Para receber todo o lixo do Rio de Janeiro serão R$ 10,3 milhões por mês. O contrato é por 15 anos: tempo estimado de vida útil do aterro que recebe o lixo sem reciclagem. O gás metano gerado do lixo será usado para produção de energia e para a comercialização para gás veicular e de cozinha.
No entanto, de acordo com especialistas, ainda não é o ideal: “Jogar simplesmente o lixo na cidade em aterro sanitário não vai resolver o problema do lixo no estado do Rio de Janeiro. Existe uma lei que obriga as prefeituras a fazer coleta seletiva, reciclar resíduos da construção civil. Ai você consegue ter uma política de redução de lixo. Ai sim, você constrói central de tratamento de resíduos onde tem um aterro sanitário, junto com usina de triagem, estação de compostagem, biodigestores e ai você consegue aumentar a vida útil do aterro sanitário e gerar um lixo mais inerte nesse aterro", disse o engenheiro civil sanitarista Adacto Ottoni.

Lixo reciclável como fonte de rendaO lixo reciclável vai continuar sendo fonte de renda, mas de maneira bem mais agradável. Quem durante anos sobreviveu do lixo agora busca alternativas reaproveitando o material reciclável, mas desta vez sem enfrentar sujeira e mal cheiro. Há menos de seis meses, dez ex-catadores montaram uma pequena fábrica, onde produzem 50 vassouras de garrafa pet por dia.
Cristiano Rodrigues sustenta a família desde os dezessete anos com o que catava no lixão: “É um trabalho honesto. Voltar a catar lixo é voltar para trás, e eu não quero andar para trás. Quem anda para trás não dá certo. Eu quero andar para frente”, disse ele.
'Lixo extraordinário'
São as dificuldades que levam as pessoas até o lixões. Anos a fio, trabalhando no meio da sujeira, com risco de doenças... Debaixo de sol e chuva. A rotina cruel dos catadores de Jardim Gramacho ganhou projeção e o documentário "Lixo extraordinário" chegou a disputar o Oscar na categoria no ano passado.

Mostra a vida de gente como Roberta Oliveira, que enfrentou o lixão durante 15 anos: “Já tinha 2 filhos e precisava trabalhar. Meu irmão tinha sumido durante uma semana e ai ele chegou em casa depois de uma semana com muito dinheiro. Quando eu cheguei me assustei. Foi um choque e eu me perguntava o que eu estava fazendo ali. Tudo a gente tem uma missão. Aqui eu aprendi muito. Eu aprendi que o ser humano não é o que pensa o que é. Pode ser mais”, disse.

A data para o fim do aterro de Gramacho está próxima e os catadores já estão preocupados: “Não adianta fechar o aterro primeiro para depois discutir. Você tem que discutir o processo antes, antes do último carro entrar dentro de Gramacho, para que isso venha minimizar”, disse Tião Santos, presidente da Associação do Aterro Metropolitano do Jardim Gramacho.
Tião é um dos responsáveis pelas negociações que tentam reduzir as incertezas sobre o futuro de 1,8 mil pessoas. Um conselho gestor formado na maioria por catadores, e com representantes do Ministério Público, dos governos federal e estadual já aprovou a criação de um fundo financiado pela Caixa Econômica Federal para o consórcio que administra o aterro. Será uma espécie de compensação por um trabalho que o poder público deixou de fazer.
"Esse fundo vai servir para atender os anseios dos catadores. O catador que queira construir sua casa, reformar casa que tem, queira entrar no mercado formal, então esse fundo vai ser dividido mensalmente em parcelas para que ele possa se qualificar, enquanto isso, ele recebe a bolsa para se qualificar", completou Tião.

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